terça-feira, 22 de junho de 2010

Motivação - Como mantê-la além do treinamento?

A cena já é bem conhecida. Praias paradisíacas, hotéis de luxo, reuniões, premiações e festas que atravessam a madrugada. As Convenções de empresas tornaram-se eventos de alta produção, investimentos milionários e um único objetivo: O de fazer o colaborador perceber que pode mais, e ainda, fazer com que queira poder mais, tarefa difícil.

Marcelo acordou cedo, tomou um banho caprichado, tirou as etiquetas da roupa nova e antes de sair ainda deu mais uma olhadinha no espelho. Finalmente, o dia da viagem para Angra, o encontro com os amigos, bebedeira, festas particulares no final da madrugada e o melhor, a justificativa perfeita para família, afinal, são compromissos do trabalho.

José assinou a última nota, tentou um desconto, sem sucesso. Já há muito a procura por aquele cerimonial havia aumentado e como havia fila de espera, o desconto era inviável. Pensou a respeito do que a equipe do endmarketing falou, tentando entender o que justificaria um custo tão elevado. Dessa forma teria que rever o orçamento par o segundo semestre. Fechou o notebook, suspirou e pediu que o motorista tirasse o carro, seguiriam então para Angra dos Reis.


Pedaços distintos da mesma história. Mas o que vem acontecendo? Qual o motivo dessa busca, qual a razão desses custos? Afinal, a motivação não faz parte das atribuições do colaborador?


Percebemos o valor que o capital humano tomou nos últimos anos. Hoje, diferente de grandes investimentos com tecnologia, maquinário ou mesmo ações no mercado aberto, o funcionário motivado e alinhado à visão da Companhia é o maior bem do mundo corporativo. Somente o indivíduo é capaz de inovar, de perceber e de multiplicar o conhecimento. Nunca se valorizou tanto o funcionário, que sabedor da situação, alimenta uma relação de troca com o empregador.


Durante o evento a empresa é maravilhosa, os pares são amigos e a meta é realizável. Porém, quando o profissional se depara com a rotina de seu trabalho, acaba se rendendo à zona de conforto, torna-se medíocre, subestima suas capacidades e aniquila seu potencial. Ao mesmo temo, outros se sobressaem em perseverança e dedicação. Superam objetivos, muitas vezes com capacidade intelectual inferior à dos demais. Buscam o algo a mais. Por quê?


A resposta está na auto-imagem. O indivíduo simplesmente não acredita em seu sucesso por que não se vê capaz de alcançá-lo. Possui uma imagem negativa de si, de suas potencialidades, sente-se inferior. E nesses casos, de nada adiantará programas de viagens e premiações, pois quando volta à rotina, retornam os velhos padrões.

Este é o desafio do novo RH. Aliar às necessidades de desempenho aos desafios do desenvolvimento humano. Resgatar de cada colaborador o que ele tem de melhor e fazê-los perceber que determinados padrões de consciência são paradigmas que propiciam a sabotagem de seus potenciais. Sensibilizá-los, orientá-los. Afinal, a viagem mais importante e de melhor resultado é a que fazemos para dentro nós. Lá estão as verdadeiras vontades, os verdadeiros saberes. Através deles, surgem o motivo para seguir, definição de motivação.


Até.

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