terça-feira, 22 de junho de 2010

A euforia do futebol

A nação brasileira parece entrar em estado de catarse a cada quatro anos. Segundo Aristóteles, isso refere-se à purificação das almas por meio de uma descarga emocional provocada por um drama. Vale tudo para assistir aos jogos do Brasil na Copa do mundo. Pessoas se aglomeram em bares, ruas se fecham, repartições liberam seus funcionários. O consumo aumenta, o país se veste com as cores da seleção. E, de repente, todas as atenções se voltam para a vestimenta do técnico, a intenção do chute do zagueiro, o lance duvidoso. Todos compartilham dessa emoção e em um grito uníssono: Gol!


E a vida profissional?

O mundo mudou e ser bom agora é ruim, bom mesmo é ser ótimo. Não faz diferença quantos dias úteis existirão em Junho, o trabalho tem que ser feito.

Saia enquanto é tempo deste jogo de comadres. Enquanto você se vangloria de um voleio na trave, seu colega ao lado vibra com uma perfeita bicicleta, e marca mais um gol. Sem dúvida a zona de conforto pode acabar em cartão vermelho.

Devemos perceber que no mundo corporativo o campeonato acontece com pontos corridos. A continuidade dos resultados garante sua escalação. O que quer dizer que de nada adianta um belo número a cada temporada, é preciso superar sempre, dando uma finta nos sabotadores de nosso sucesso.

Quantas vezes tínhamos a situação resolvida, um cliente conquistado, e levamos um carrinho de nosso concorrente? E não adianta gritar banheira, já é tarde, o cliente se foi e com ele nossas oportunidades. E trate de agradecer, poderia ter sido uma chaleira, aquela jogada na qual o jogador, para debochar do adversário, trança as pernas, acertando na bola de pé trocado. Já pensou?

Portanto, vibre, torça, aproveite esse momento mágico. O momento de estar empregado. Afinal, nossa Copa do Mundo é do tamanho de nossa vida profissional.

E quem não quer ouvir seu nome na hora da escalação?

Nenhum comentário:

Postar um comentário